O PIX no mercado de restaurantes do Brasil: da polêmica internacional ao sucesso nacional

Julho de 2025 — Trump vs PIX: quando o sistema brasileiro incomodou Wall Street

O PIX virou tema de diplomacia internacional quando Donald Trump, através do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), iniciou uma investigação formal contra o Brasil, acusando o país de práticas comerciais “desleais” A real? O sistema de pagamento instantâneo brasileiro está deixando gigantes como Visa e Mastercard, e até mesmo Big Techs que tem seus próprios serviços de pagamento instantâneo, com o c* na mão.

A investigação americana cita especificamente que “o Brasil parece se engajar em uma série de práticas desleais com relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo” (InfoMoney, julho/2025).

O que realmente está por trás disso? Em 2020, quando o WhatsApp Pay (da Meta de Zuckerberg, aliado de Trump) tentou entrar no Brasil, o Banco Central suspendeu a operação por “riscos operacionais”. Uma semana depois, o PIX foi lançado oficialmente.

Timing suspeito? Talvez.

Mas o fato é que o PIX se tornou um fenômeno nacional que deixou o sistema americano comendo poeira.

A revolução nos restaurantes: números que impressionam

O PIX não é apenas uma ferramenta de pagamento e sim uma revolução silenciosa que está transformando o mercado de alimentação fora do lar. “A ferramenta é usada por 76,4% da população, além de ser aquela utilizada com maior frequência para 46% dos entrevistados” (Agência Brasil)

Ilustração ainda sem descrição, na matéria sobre pix no Blog Sobre Restaurantes.
O PIX no mercado de restaurantes do Brasil: da polêmica internacional ao sucesso nacional 3

No setor de restaurantes, especificamente, os números são ainda mais impressionantes.

Em Minas Gerais, por exemplo, o setor que teve a maior participação do PIX nas transações, foi justamente o de alimentação (que inclui restaurantes, lanchonetes, padarias, entre outros), com 28% do total“.

A nível nacional, “foram realizadas 63,51 bilhões de operações utilizando a ferramenta de pagamento, 52,4% a mais do que em 2023″, movimentando R$ 26,455 trilhões em 2024.

Aí fica a questão: porque cresceu tanto e tão rápido?

As vantagens da adoção do PIX pra pagar seu PF

Economia brutal nas taxas

Enquanto as taxas de cartão de crédito e débito sangram os restaurantes com percentuais que vão de de 2% a 5%, as do PIX — quando são cobradas, porque nem todo banco cobra — giram em torno de 0,99% a 1,45% do valor. Acredito que a maior taxa que já vi um banco cobrar foi de 1,89%.

Para um restaurante com faturamento mensal de R$ 100 mil, isso pode representar uma economia de até R$ 3 mil por mês, dinheiro suficiente para botar mais um funcionário na operação ou investir na casa.

Dinheiro na Hora, sem Mimimi

No pix, é só você indicar a sua chave favorita e você recebe na hora. Não tem burocracia. É rápido tanto na hora de fazer cobrança, com alguns restaurantes deixando até o QR Code CARIMBADO na parede para agilizar o pagamento ou ao menos no balcão impresso numa plaquinha, quanto na hora de receber pelo banco.

Nada de esperar 30 dias para receber do cartão de crédito.

Isso significa que o dono do restaurante pode pagar fornecedores na hora, negociar descontos à vista e ter um fluxo de caixa que não depende das operadoras de cartão.

Se você já tem a cabeça de bom gestor, já conseguiu sacar o impacto disso:

  • Você tem mais dinheiro em caixa;
  • com mais dinheiro em caixa, você negocia melhor com fornecedores;
  • e, negociando melhor com fornecedores, você tem mais facilidade para para investir ao invés de ficar só apagando incêndio.

Tem pequenos negócios, ainda na fase de validação da ideia, que não querem arriscar ter que comprar uma máquina de cartão (tem essa ainda) ainda ou sequer tem condições. Para o pix, basta um celular e uma conta de banco.

Agilidade no atendimento que aumenta o giro

Todo dono de restaurante conhece o drama: sexta à noite, casa cheia, e a fila do caixa travando porque a maquininha não passa, o cliente esqueceu a senha do cartão, ou pior, precisa dar troco de R$ 100 pra uma conta de R$ 32,50.

Com o PIX, o processo é outro nível. Cliente escaneia o QR Code, paga em segundos direto do celular, e pronto. Sem esperar a maquininha processar, sem digitar senha, sem troco. O garçom pode até receber o pagamento na mesa, liberando o cliente sem precisar passar pelo caixa.

Resultado? Menos tempo de espera, mais clientes atendidos, maior faturamento. É matemática pura: se você reduz o tempo médio de atendimento de 15 para 10 minutos, aumenta sua capacidade em 50%.

Isso fica ainda mais dinâmica quando você entrega com serviços de cardápio digital.

Revisando a vantagem:

É, nesse sentido Trump tem razão, a comparação é quase desleal:

Contra o Dinheiro:

  • Sem necessidade de troco
  • Redução drástica do risco de assaltos
  • Controle total das transações
  • Sem “caixinha dois” ou sonegação (sempre tem um mão boba)

Contra os Cartões:

  • Taxas até 80% menores
  • Recebimento instantâneo vs 30 dias
  • Sem aluguel de maquininha
  • Funciona com qualquer smartphone

Hoje, com mais de 175 milhões de usuários do PIX, que já é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, o sistema não é apenas uma tendência. É a nova realidade do mercado: os clientes preferem pagar assim e os gestores também preferem que eles assim queiram.

Para os donos de restaurantes, a equação é simples: adaptar-se ao PIX não é mais uma opção, é questão de sobrevivência. Enquanto Trump e suas corporações americanas reclamam de “práticas desleais”, os restaurantes brasileiros economizam milhões em taxas e oferecem uma experiência superior aos clientes.

Como disse o governo brasileiro em resposta às acusações americanas: “O Pix é do Brasil e dos brasileiros!”. Demagogia política à parte, falando de direto do mercado de restaurantes, o PIX é sinônimo de eficiência, economia e modernidade.

Uma raposa passando PIX habilmente e com orgulho, enquanto a tartaruga das máquinas de cartões chora ao fundo
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